“Bandido bom é bandido morto”, não, não é

“Bandido bom é bandido morto”, não, não é

Uma publicação do Diário de Pernambuco mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (02) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública onde aponta que cerca de 60% dos brasileiros concordam com a frase “bandido bom é bandido morto”. Os que discordam da afirmação representam 34% dos entrevistados, e 6% disseram não ter opinião formada.

É aceitável a ideia de que bandido bom é bandido morto? Não, não é, e antes que você pense em escrever “tá defendendo bandido, quero ver quando um matar sua mãe”, bem, eu não estou defendendo bandido, aliás, ninguém está, você é que não entendeu NADA! Todos somos responsáveis pelas nossas ações e temos que pagar por cada uma delas, ok! Mas quando o assunto é “olho por olho, dente por dente”, fica claro que as pessoas não estão enxergando uma solução justa e sim uma forma extremista de lidar com os conflitos.

Partindo do princípio de que a inclusão social e a educação escolar fragilizada, são dois grandes fatores que contribuem para a violência, fica claro que querer resolver o problema da criminalidade com pena de morte é isentar o estado do compromisso com a juventude e com o sistema penitenciário. Isso porque, cerca de 70% de presidiários voltam ao crime quando ganham liberdade. Não existe, no país, política penitenciaria, nem intenção do estado de recuperar essas pessoas.

Bandido bom não é bandido morto, bandido bom é bandido recuperado, imagine se o país fechar o compromisso de educar a população cuidando das famílias no geral, recuperar presidiários promovendo a reiteração social (as maneiras são indiferentes, se com cursos profissionalizantes, tratamento psicológico, ambos ou outros), imagina se cada um de nós parar de usar frases sem fundamento e olhar o que acontece à nossa volta? Perceba a real solução para o problema, caso contrário, não vai sobrar ninguém pra contar história.

Para finalizar, segue abaixo alguns pontos importantes que retirei do texto de Ramon Kayo publicado no Medium.com, talvez um desses argumentos lhe faça refletir:

1) Ninguém nasce bandido. A estrutura social, de alguma maneira, transforma as pessoas em criminosas.

2) Entender os motivos que levam a formação de criminosos e resolvê-los é mais importante do que puni-los com mais severidade.

3) Se não formarmos criminosos, as pessoas não precisam ser vítimas.

4) Todo crime deve ser devidamente punido, mas a maneira de punir pode influenciar na reincidência do criminoso, que fará novas vítimas.

5) Construir presídios, prender mais pessoas, não evita que mais pessoas se transformem em bandidos.

6) O que aprendemos com os países mais desenvolvidos é que reabilitar marginais colabora com a redução da criminalidade.

7) Infringir os Direitos Humanos de qualquer pessoa é atentar contra a vida e, no caso do marginal, vai na contramão da reabilitação.