Quando um relacionamento inadequado pode ser tão perigoso quanto usar uma droga

Quando um relacionamento inadequado pode ser tão perigoso quanto usar uma droga

Estou lendo um livro bem interessante chamado "Amores que matam" de Patricia Faur, que fala sobre quando um relacionamento inadequado pode ser tão perigoso quanto usar uma droga, nele há um trecho que eu acho maravilhoso que diz: "As relações dependentes estão fundadas na necessidade e não na escolha." Pessoas que sentem necessidade de estar com alguém sofrem de uma fome de amor, um amor básico que não foi dado com sucesso pela família, sendo assim, essa necessidade de ter alguém as torna escravas e não lhes permite escolher. 

Ao olharmos o contexto dessas pessoas, veremos um passado conturbado, pais ausentes, ou até uma fragilidade na comunicação e apoio familiar. Muitas delas passam por relacionamentos abusivos e a partir deles passam a ter mais problemas em lidar com as frustrações da vida.

Nas relações que costumo chamar de não saudáveis (as dependentes) vemos comportamentos que promovem um terrível mal para ambas as partes como:

Obsessão: A relação e o outro passam a ser o centro da vida de uma forma constante e patológica. Todo o foco está no outro, E o medo de perdê-lo é enorme.

Controle: Controla-se para que a pessoa amada não fuja, não erre, não se assuste, tudo é feito de forma cansativa.

Tolerância: A famosa tolerância à dor emocional. Se no começo era difícil perdoar uma mentira, agora virou natural, já que tudo será melhorado com o tempo, ele vai mudar.

Abstinência: Na possibilidade de acabar, vem os sintomas de abstinência, insonia, falta de apetite, tudo isso faz com que a pessoa faça de tudo para não terminar, perdendo a própria dignidade. 


Nessas relações dependentes, a droga que vicia com rapidez é a própria paixão, que causa uma alienação, pensa na pessoa 24h por dia, e acaba esquecendo de quem é, do que gosta e o que não gosta, tudo gira em torno do novo rosto que apareceu, e quando o vicio atinge o seu auge, para de enxergar qualquer lado negativo que o outro mostra ter, tudo na ilusão de que pode mudá-lo com o tempo, que ele é bom o suficiente pra você, que não vai encontrar alguém melhor. 

Já alguém com uma boa auto-estima, uma identidade, e um autoconceito positivo, os sinais da inconveniência dessa relação produzem um afastamento natural. Mesmo com a paixão pegando fogo, é capaz de reagir aos momentos nada amorosos. Não interpreta o ciume doentio e a posse como amor, e as atitudes obsessivas a sufoca. Tem a certeza que merece ser amada, mas do bom amor.